Ontem participei da Celebração
da Esperança (7º dia de falecimento terreno) do meu saudoso amigo Cel Duailibe
na Igreja Católica São Luís Rei de França no bairro do Calhau em São Luís (MA).
Naquele templo, familiares
e amigos pudemos sentir a sua presença terna e tranquila, principalmente quando
retratada pelo Padre Cláudio, quando em sua homilia falava-nos que para quem
tinha fé, entenderia que sua partida ocorreu para outro plano, pois a bíblia
prevê em João, capítulo 11, versículo 25
“Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a
vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; versículo 26e
quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê nisso?"
Como consta na contra capa do livreto de sua
celebração e que Santo Agostinho nos fala: O
amor não desaparecerá jamais, pois “A morte não é nada. Eu, somente passei para o
outro lado do Caminho.
Eu sou
eu, vocês são vocês. O que era para vocês, eu continuarei sendo.
Dêem-me
o nome que vocês sempre me deram; falem comigo como vocês sempre fizeram.
Vocês
continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do
Criador.
Não
utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir
juntos.
Rezem,
sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.
Que meu
nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem
nenhum traço de sombra.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.
Porque
eu estaria fora de seus pensamentos agora que estou apenas fora de suas
vistas?
Eu não
estou longe, apenas estou do outro lado do caminho...
Assim
é nossa amizade, que é uma extensão de sua amizade com o meu pai, que dura mais
de 56 anos, ou seja, mais do que a minha idade.
Desde
a minha infância pude absorver de seus conhecimentos e passar a admirá-lo, pois
foi através de seu comando na Polícia Militar do Maranhão que sua esposa, a
Sra. Cléia, desenvolvendo um trabalho social magistral para os integrantes da
Corporação e seus familiares, que no antigo quartel da Rua da Palma, quando
contava com 14 anos de idade, pude frequentar aulas de catolicismo e fazer a
primeira comunhão, receber brinquedos nos dias das Crianças e nos dias de
Natal.
São estas, lembranças que
ficaram eternizadas em minha mente e posteriormente o conhecimento das
grandiosas obras como os quartéis do Comando Geral, de Imperatriz, Caxias,
Pindaré Mirim e Barra do Corda. Pude ouvir de meus companheiros, Coronéis, que
serviram sob seu comando de que foi o mais profícuo Comandante Geral que a PMMA
já teve.
Com uma vida pública digna de
elogios, emprestou seus conhecimentos e sua capacidade administrativa, na
Secretaria de Segurança Pública, na Universidade Estadual do Maranhão e em outras
funções públicas .
Homem probo, sensato,
tranquilo, honesto, amigo, coerente e equilibrado, como foi singularizado entre
outros Secretários de Segurança, em uma análise particular do bloguista Cesar
Bello em 18 de junho de 2015, intitulada o “Sucateamento da Segurança Pública
no Maranhão: As superadas teses/estratégias de 1965 a 2015 (https://cesarbello.blogspot.com.br/2015/06/o-sucateamento-da-seguranca-publica-no.html) e
por uma de suas filhas em uma comovente homenagem de sua lavra durante a
celebração.
Tive o privilégio, mais amiúde
de quando em vez receber suas ligações e visitas quando comandei o 9º Batalhão
de Polícia Militar (Vila Palmeira) entre os anos de 2004/2006 e a Academia de
Polícia Militar “Gonçalves Dias” (Calhau) em 2009 e entre os anos de 2013/2015;
foram nestas oportunidades que pude extrair do gestor experiente, lições que
foram preponderantes para que eu pudesse alcançar os êxitos conquistados.
Fui privilegiado com a sua
presença no meu matrimônio com Fabiane em 19/01/2007.
Nestes
momentos em que o país atravessa uma de suas maiores crises, principalmente
moral, parte para outro plano, um grande brasileiro, militar e que deixa
exemplos de honradez, dignidade, seriedade e acima de tudo de moralidade.
Socorro-me
novamente da parábola do rabino Henry Sobel que foi contada na partida de um
grande brasileiro e que também faz parte do livreto, a qual nos faz refletir
sobre Partida e chegada daquele que
nos são caros e que diz assim: “Quando observamos, da praia, um veleiro afastar-se da costa, navegando
mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de
beleza rara.
O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e
nos parece cada vez menor.
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na
linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente
exclamará: "já se foi". Terá sumido? Evaporado? Não, certamente.
Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma
capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto
antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas. O veleiro não evaporou,
apenas não o podemos mais ver.
Mas ele continua o mesmo. E, talvez, no exato instante em que alguém
diz: "já se foi", haverá outras vozes, mais além, a afirmar: "lá
vem o veleiro"!!!
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi
caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos:
"já se foi".
Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas persistem dentro do
mistério divino.
Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita.
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: "já se foi",
no além, outro alguém dirá: "já está chegando".
Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a vida.
Na vida, cada um leva a sua carga de vícios e virtudes, de afetos e
desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessários.
A vida é feita de partidas e chegadas.
De idas e
vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
Assim, um
dia, todos nós partimos como seres imortais que somos todos nós ao encontro
dAquele que nos criou.
E assim somos nós, que nascemos, vivemos e morremos
nesta vida terrena; entretanto, não devemos enfrentar a morte como um fim.
Jesus morreu e ressuscitou para que todos que
creem nele possam ter vida eterna. No Céu viveremos para sempre com Deus, sem
mais sofrimento nem dor. A morte será destruída e a vida vencerá!
São
Luís - MA, 07 de outubro de 2017.
Cel PMMA RR Carlos
Augusto Furtado Moreira
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