A sociedade brasileira mais uma vez é emotivamente atingida pela violência, em particular, a maneira com que foi praticado o crime contra a dentista paulista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, em São Bernardo do Campo - SP.
Pela
brutalidade de como o crime foi cometido, o delegado geral da Polícia Civil de
São Paulo, Maurício Blazek tão logo aconteceu o homicídio, disse que seria
questão de honra achar e prender os autores do homicídio.
Mobilizada a polícia paulista neste último final de
semana capturou um adolescente e três homens, Jonatas Cassiano Araújo, de 21
anos, Victor Miguel Souza Silva, de 24 anos, em uma casa na Favela Santa Cruz,
no limite entre Diadema e São Bernardo e posteriormente Tiago de Jesus Pereira,
de 25 anos que pintou o cabelo para despistar os policiais. O anel da dentista
estava na carteira de um dos detidos.
O crime aconteceu no último dia 25 (quinta-feira)
no consultório dentário da vítima no ABC paulista, quando os quatro homens ao
praticarem o assalto e em razão desta não possuir dinheiro naquele momento, entregou seu cartão bancário e sua
senha aos criminosos. Os ladrões, então, sacaram todo o dinheiro existente na
conta, R$ 30,00 num caixa eletrônico, enquanto dois dos criminosos permaneciam
no consultório aguardando as notícias.
Ao receber telefonema de Jonatas informando que a
vítima tinha apenas R$ 30,00 na sua conta, o menor que permanecera ficou
irritado e ateou fogo no avental da dentista. Segundo a delegada Elisabete
Sato, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse
que o menor confessou o delito e os demais suspeitos contaram que “fingiam que
iriam atear fogo para fazer tortura. Um pegava o isqueiro da mão do outro”.
“O menor contou
que ‘isqueirou’ como se estivesse contando um capítulo de novela.” Sato
acrescentou que o trio é viciado em cocaína e que tem embutida “uma crueldade
que excede em muito".
Em
entrevista na sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP), com a participação
do secretário Fernando Grella, do delegado geral da PCSP, diretores de
departamentos policiais e delegados que trabalharam na investigação, esclareceram
que o caso Cinthya estava encerrado.
O corpo
de Cinthya foi enterrado nesta sexta passada em São Bernardo do Campo, onde
parentes e amigos se uniram num sentimento de tristeza e revolta com a
brutalidade do crime.
Realmente
o caso foi encerrado e a polícia paulista cumprindo o seu dever constitucional,
esclareceu as causas e as circunstâncias de como o crime ocorreu e aqui
registro meus parabéns pela excelência dos trabalhos.
Entretanto,
uma reflexão profunda deve ser feita neste caso e em outros onde
cristalinamente constata-se a banalização
da vida, exigindo conseqüentemente, providências imediatas por parte de
todas as autoridades brasileiras (poderes executivo, legislativo e judiciário),
uma vez que alguns argumentos de setores diversos, já não conseguem mais
convencer a sociedade indefesa.
Analisando
o contexto, várias indagações surgem em nosso imaginário:
Até quando teremos que conviver com situações iguais a esta que nos
últimos tempos vem crescendo significativamente neste país?
Até quando teremos que ouvir defensores dos direitos humanos bradarem
contra juízes, promotores e policiais exigindo o respeito a esses direitos para
criminosos impiedosos dessa estirpe em detrimento das vítimas e de suas
famílias?
Até quando veremos policiais tombando quando da tentativa de prisão
desses “coitadinhos” que não titubeiam um só momento antes de “tirar de
circulação os representantes da lei”?
Até quando os representantes do povo – legisladores (integrantes do
Congresso Nacional) defenderão a bandeira de uma legislação complacente,
ineficiente e ineficaz, que propicia uma sensação de impunidade e que quando permite
a judicialização e penalização colocam em liberdade esses criminosos de alta
periculosidade num curto espaço de tempo, em função das benesses e mecanismos
existentes nesta mesma legislação?
Até quando veremos um senador da república, ex-presidente do Congresso Nacional
por quatro vezes (“A trajédia dos homicídios” na Coluna do Sarney, no matutino,
O Estado do Maranhão, Ed. nº 18.506 de 14/04/2013), reclamar que também é
contra a ineficácia da legislação e que se sente impotente, pois, já tentou
implementar mudanças através de projetos de lei, mais, encontra resistências
por parte de um grupo de criminalistas que não
deseja as mudanças?
Até quando a sociedade tem que custear as despesas desses elementos nos
cárceres, sem trabalhar, cada vez mais com direitos como se estivesse em uma
colônia de férias?
Estes,
deveriam agora responder aos reclamos da srª. Risoleide Moutinho de Souza, mãe
da dentista que consternada afirmou: “Tiraram meu braços, minhas pernas, tudo. Ela
estava tomando conta de todo mundo. Tomava conta da mãe, do pai, assumia tudo.
Era uma filhona. Um exemplo. Sua morte acabou com a nossa família.”
São
Luís-MA, 29 de abril de 2013.
Ten
Cel QOPM Carlos Augusto Furtado Moreira
Especialista em Gestão Estratégica em Defesa SocialBacharel em Direito e Licenciado em História
Pós graduado em Superior de Polícia e Aperfeiçoamento de Oficiais
www.celqopmfurtado.blogspot.com
celqopmfurtado@hotmail.com e celqopmfurtado@gmail.com
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