A execução do Sd PM
Francinaldo Costa Pereira do 1º BPM, morto no trailer PM da Vila Nova e o ferimento
a bala do Sgt PM Marco
Antonio Correa Cutrim do 9º BPM em um trailer PM do Bairro de Fátima, ocorridos
neste último dia 09 de novembro, vem cristalinizar a fragilidade em que se
encontra a corporação do Brigadeiro Falcão e o Sistema de Segurança Pública do
Maranhão.
As ações criminosas demonstraram
a ousadia de marginais do crime organizado que detonando suas ordens de dentro
do sistema carcerário maranhense, nada ficam a dever aos atos de suas
congêneres do sul do país.
As tragédias ocorridas foram prenunciadas
há algum tempo, levando em consideração uma série de fatos, demonstrando a
incapacidade do Estado do Maranhão em se antecipar em tão delicada temática.
O tão falado “serviço de
inteligência” é operativo, mas só após a ocorrência de fatos danosos e nocivos
a sociedade e agora pós-morte de integrantes da polícia.
Independente das causas
estruturais, alguns problemas de ordem institucional, contribuíram sobremaneira
para o agravamento da criminalidade e violência, senão vejamos.
1) Sem sombra de dúvidas a
inferioridade numérica dos policiais militares e civis que decrescem
vertiginosamente com as transferências para a reserva remunerada/aposentadoria,
licenciamentos voluntários e pedidos de demissão do serviço público (em razão
também de vários fatores: oferta de melhores oportunidades de emprego com
maiores salários, empregos mais tranquilos com menos exposições para si e para
a família, maior reconhecimento, ascensão profissional, etc.), mortes (em
serviço e por causas naturais) e outras.
2) Gestão Administrativa atual, ineficaz
e ineficiente, incapaz de atender aos reclamos das associações de classes
policiais militares visando à melhoria salarial e melhoria das condições de
trabalho:
a) armamento institucional
incompatível aos avanços da criminalidade;
b) locais de trabalho com poucas
condições – trailers e postos fixos dotados de pouco efetivo, sem o apoio
ininterrupto de viaturas – veículos e motocicletas “tais como foram
projetados”, com alta temperaturas internas, sem instalações hidrosanitárias
adequadas, sem manutenções periódicas, sem limpeza regular;
c) Progressão funcional incompatível
com a importância da função social exercida pelos policiais militares;
d) Atendimento médico
institucional precário;
e) Orfandade das praças (falta de
lideranças e de apoio dos comandantes imediatos);
f) Burocracia arraigada e
emperrada no atendimento de direitos legais;
g) Fardamento pago com atraso.
3)
Incompatibilidades na apuração de denúncias referentes aos policiais militares,
com excesso de rigor para as praças.
4)
Silêncio dos órgãos responsáveis pela apuração de denúncias contra gestores.
5)
Insatisfação generalizada da tropa policial militar (oficiais e praças) contra
a gestão institucional policial militar em função de perseguições,
transferências sem critérios justos, descumprimento de ordens judiciais,
inobservância de direitos, gerando desmotivação, operações padrão, descrédito
na oficialidade, sensação de orfandade, afastamentos do serviço ativo, etc.
6) Mesmo após dois anos, o Governo do Estado
se mantém inerte e insensível ao cumprimento de parte das reivindicações
acordadas e propostas pelas Associações de Classes representativas dos oficiais
e praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares do Maranhão que
finalizou o primeiro movimento paredista da centenária instituição, mesmo após
insistentes reuniões intermediadas pela Comissão de Segurança da Assembleia
Legislativa, OAB e outras instituições.
É claro que a inversão desta
situação administrativa caótica não resolverá de todo o problema, mas,
contribuirá decisivamente para que a tropa recupere a alto estima, os valores
nobres em que cada policial militar é investido e entusiasmado, passe a fazer o
que sempre fez. Cada policial militar se multiplique por três, dando o melhor
de si e proporcione respostas à sociedade maranhense.
É a minha esperança e a crença no
Comandante de todos os Comandantes – JESUS CRISTO, filho de DEUS.
São Luís-MA, 11 de
novembro de 2013.
Ten Cel QOPM Carlos
Augusto Furtado Moreira
Especialista
em Gestão Estratégica em Defesa Social, Pós-graduado em Superior de Oficiais e
Aperfeiçoamento de Oficiais, Bacharel em Direito e Formação de Oficiais e
Licenciado em História.www.celqopmfurtado.blogspot.com – celqopmfurtado@gmail.com – (98) 8826 4528
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