Trabalho Final
apresentada à disciplina Relações Humanas do Curso de Especialização em
Cidadania, Direitos Humanos e Gestão da Segurança Pública da Universidade
Federal do Maranhão
1. INTRODUÇÃO
Fundada
em 26/04/1993, através da Lei Estadual nº 5.657, a Academia de Policia Militar
“Gonçalves Dias” – APMGD, foi criada para recepcionar o Curso de Formação de
Oficiais – CFO, fruto de um Convênio de Mutua Cooperação Técnico-Cientifico,
celebrando entre a Universidade Estadual do Maranhão – UEMA e a Polícia Militar
do Maranhão – PMMA.
A
época de sua criação foi instalada na BR 135, km 02 Tirirical em São Luis- MA,
local onde funciona já funcionava o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de
Praças – CFAP, onde permaneceu até o ano de 1999, quando foi transferida
definitivamente para o Complexo Policia Militar do Calhau, por determinação do
então Comandante Geral da PMMA - Coronel QOPM Manuel de Jesus Moreira Bastos.
O
CFO, reconhecido pelo MEC, através da Resolução nº 195/2000-CEE, de 25/05/2000,
teve aprovado o seu Projeto Pedagógico em 2006 e na UEMA está ligado ao Centro
de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA. Em face da Resolução nº 760/2006 -
CEPE/UEMA, o curso tem duração de quatro anos e uma carga horária total de
5.190 horas aulas, divididas em disciplinas do núcleo especifico ministradas na
APMGD no período matutino e disciplinas do núcleo comum, ministradas na UEMA no
período vespertino, além das disciplinas do núcleo livre e de um Estágio
Prático Supervisionado, realizado nas Unidades Policiais Militares – UPMs da
região metropolitana de São Luis e do interior do Estado, para os Cadetes nos
2º, 4º, 6º e 8º períodos.
Destarte,
o curso está pedagogicamente dividido em 08 períodos onde no 1º e 2º períodos
os Cadetes cumprem regime de internato e a partir do 3º período cumprem o
regime de externato.
A
APMGD ocupa papel preponderante na execução do CFO, pois a sua responsabilidade
no desenvolvimento da carga horária ultrapassa 60% do curso e após 21 anos de
existência de uma salutar parceria já foram formadas 17 turmas, totalizando 480
oficiais, destes 446 do Maranhão, 25 do Piauí, 10 de Sergipe, 05 do Acre, 04 do
Ceará.
Anteriormente
a formação dos oficiais era feita em outras Academias do Brasil, com um numero
limitado de vagas, o que acarretava um déficit de pessoal no quadro
organizacional da Policia Militar, onerando consideravelmente o Estado, pois
tinha que arcar com despesas fora da Unidade Federativa.
Em
19/04/2012 através da Medida Provisória nº 122, a APMGD foi designada como
instituição de ensino superior, responsável pela formação, graduação,
pós-graduação, aperfeiçoamento, habilitação e treinamento dos integrantes da
Policia Militar do Maranhão e pelo desenvolvimento de estudos e pesquisas
técnico - cientifico de interesse institucional.
Assim,
ao termino do curso o Cadete é declarado Aspirante-A-Oficial PM dando início ao
estágio probatório pelo período de 06 (seis) meses, após o qual tendo conceito
favorável do seu comandante será promovido ao posto de 2º Tenente PM, iniciando
sua jornada como Oficial da briosa Policia Militar.
Após
sua promoção a 1º Tenente será submetido ao exame de Avaliação Profissional –
Profissional – EAP, o que lhe qualificará para a promoção ao posto de Capitão
PM em sequencia seguindo a antiguidade no posto frequentará o Curso de
Aperfeiçoamento de Oficiais – CAO que o habilitará aos postos de Major e
Tenente Coronel.
Finalmente
como oficial superior ingressará no Curso Superior de Policia – CSP, tomando-se
apto à promoção ao posto de Coronel, podendo chegar ao Comando Geral da
Instituição.
1.1 Estrutura
A
APMGD está estruturada em:
1.1.1 Comando: responsabilizar-se pela administração,
instrução, ensino e disciplina; bem como coordenar as ações dos diferentes
órgãos da Academia.
1.1.1.1 Comandante
1.1.1.2 Subcomandante
1.1.1.3 Gabinete do Comando
1.1.1.4 Seção de Comando e Serviços - apoio
administrativo.
1.1.2
Administração - desenvolve-se através:
1.1.2.1
Divisão de Ensino: é o órgão técnico-pedagógico de planejamento, orientação e
controle de ensino, destinado a fornecer os elementos necessários às decisões,
assim como, assegurar a execução destas e verificar e interpretar os resultados
da aprendizagem.
1.1.2.1.1
Seção Técnica de Ensino – STE – é o órgão especializado para o planejamento,
coordenação e controle de ensino e da aprendizagem, além do desenvolvimento das
atividades de pesquisa.
1.1.2.1.2
Seção de Educação Física – SEF – é o órgão especializado pelo assessoramento no
campo das atividades físico-desportivas.
1.1.2.1.3
Seção de Orientação Educacional – SOE – é o órgão especializado pelo
assessoramento educacional.
1.1.2.1.4
Seção de Orientação Pedagógica – SOP – é o órgão especializado pelo
assessoramento pedagógico.
1.1.2.1.5
Seção de Meios Auxiliares e Publicações – SMAP – é o órgão encarregado pelo
apoio operacional às atividades didáticas realizadas em qualquer local
previamente destinado, competindo-lhe ainda, orientar os docentes quanto ao
emprego adequado de meios auxiliares, inclusive nas atividades práticas.
1.1.2.1.6
Biblioteca – é o órgão de apoio ao corpo docente, discente e permanente, além
de a critério do Comandante, atender ao público em geral.
1.1.2.2
Divisão Administrativa: é o órgão cuja finalidade é superintender e coordenar
os serviços administrativos da APM.
1.1.2.2.1
Tesouraria - é o órgão que além das atribuições previstas em normas e
regulamentos em vigor na Corporação, compete-lhe receber, contabilizar e
controlar os recursos financeiros destinados a Academia, além de efetuar o
adequado emprego e prestação conta das verbas oriundas da Diretoria de Finanças
da Polícia Militar.
1.1.2.2.2
Almoxarifado - é o órgão que além das atribuições previstas em Normas e
Regulamentos em vigor na Corporação, compete-lhe planejar as necessidades de
material, responder pelo recebimento conferência, registro e distribuição do
material técnico, permanente e de consumo da Academia.
1.1.2.2.3
Aprovisionamento – é o órgão responsável pela alimentação da tropa. Exerce a
fiscalização sanitária em gêneros alimentícios, instalações do rancho e
abastecimento d’água.
1.1.2.2.4
Transporte e Comunicação - é o órgão que além das atribuições previstas em
Normas e Regulamentos em vigor na Corporação, compete-lhe zelar pelo controle e
manutenção das viaturas e controlar o uso e preservação dos serviços de
radiofonia e telefonia.
1.1.2.3
Corpo de Alunos – responsável pelo planejamento, coordenação, execução e
implementação de suas atividades, primando pela formação moral, cívica e
profissional do Corpo Discente.
1.1.2.3.1
1º Pelotão – é o quarto ano do Curso de Formação de Oficiais.
1.1.2.3.2
2º Pelotão – é o terceiro ano do Curso de Formação de Oficiais.
1.1.2.3.3
3º Pelotão – é o segundo ano do Curso de Formação de Oficiais.
1.1.2.3.4
4º Pelotão – é o primeiro ano do Curso de Formação de Oficiais.
1.1.2.3.5
Grupamento do Curso de Habilitação para Oficiais – CHO.
1.1.2.3.6
Grupamento Especial – integrado por alunos de curso criado seguindo diretrizes
do Comando da Instituição.
1.1.2.4
Serviço Médico - é o órgão que além das atribuições previstas em normas e
regulamentos em vigor na Corporação, compete-lhe promover assistência
médico-odontológico e psicológica ao efetivo da APM, incluindo dependentes.
Exerce ainda a fiscalização sanitária em gêneros alimentícios, instalações do
rancho e abastecimento d’água.
1.1.2.4.1
Serviço Médico
1.1.2.4.2
Serviço Odontológico
1.1.2.4.3
Serviço Psicológico.
1.2 Organograma
ESTADO DO MARANHÃO
SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA
PÚBLICA
POLÍCIA
MILITAR DO MARANHÃO
DIRETORIA
DE ENSINO
ACADEMIA
DE POLÍCIA MILITAR GONÇALVES DIAS
“Escola de Comandantes, Celeiro de Líderes”
Criada
pela Lei Estadual (MA) nº 5.657 de 26/04/1993 e transformada
em Unidade de Ensino Superior através da Medida Provisória (MA) nº 122 de 19/04/2012.
__________________________________________________________
CATEGORIA
|
EFETIVO PREVISTO
|
EFETIVO EXISTENTE
|
CLAROS
|
EFETIVO PRONTO
|
Oficiais
|
30
|
25
|
05
|
13
|
Cadetes
|
120
|
94
|
26
|
92
|
Praças
|
59
|
46
|
13
|
21
|
Funcionários
Civis
|
07
|
07
|
0
|
06
|
TOTAL
|
216
|
172
|
44
|
122
|
1.4 Plano
Estratégico
1.4.1 Conceito
É
a estruturação de uma complexa análise para facilitar a tomada de decisões do
comandante da Academia de Polícia Militar “Gonçalves Dias” (APMGD), ensejando a
sintonia entre esta, a Diretoria de Ensino e a Universidade Estadual do
Maranhão (UEMA), visando o atingimento, com prazo estabelecido, de seus
objetivos e metas, contemplados em um diagnóstico inicial.
É
uma ferramenta que constitui antes de tudo em uma mudança comportamental na
Unidade de Ensino e implica na busca da excelência.
1.4.2
Orientação: São as diretrizes gerais que guiaram o
plano.
1.4.3
Diretrizes
Superiores: Disciplina; Hierarquia; Ética; Lealdade; Profissionalismo; Espírito
de Corpo; Qualidade de Ensino; Respeito à dignidade da pessoa humana; Justiça; Imparcialidade;
Conduta ilibada na vida pública e particular; Zelo pela imagem da instituição
policial militar; Acatamento irrestrito à cadeia de comando.
1.4.4
Missão:
formar bacharéis em segurança pública, futuros Aspirantes-A-Oficiais PM
compromissados com a Polícia Militar do Maranhão - PMMA, habilitados em
resguardar os direitos fundamentais da pessoa humana, na prevenção, manutenção
e restauração da ordem pública.
1.4.5
Vocação:
“Escola de Comandantes, Celeiro de Líderes”
1.4.6
Visão
de Futuro: “Ser a melhor Academia de Polícia Militar do Norte-Nordeste do
país”.
1.4.7
Diagnóstico: análise do cenário atual da Unidade de
Ensino.
1.4.7.1 Aspectos Internos: aspectos que a APMGD tem
controle, com o respectivo levantamento das necessidades.
1.4.7.2 Análise Ambiental: aspectos que a APMGD não
tem controle, vez que são responsabilidades da UEMA, todavia devem ser
identificados em busca de soluções conjuntas.
1.4.8
Campo
de Atuação: atividades que a APMGD executa conforme sua missão e vocação.
1.4.9
Estratégia
Vigente: define o que vem sendo feito pela APMGD, quais as estratégias atuais e
os recursos demandados.
1.4.10
Direção:
proposição de objetivos e definição de estratégias.
1.4.10.1 Objetivos e estratégias de curto prazo
(90 dias)
1.4.10.2 Objetivos e estratégias de médio prazo
(180 dias)
1.4.10.3 Objetivos e estratégias de longo prazo
(365 dias).
2. MATRIZ
SWOT – REALIZADA NA APMGD
A Matriz SWOT (em inglês) ou FOFA, em português,
desenvolvida há mais ou menos 40 anos na Universidade de Harvard, é muito
utilizada nos dias de hoje. A sigla que compõe o seu nome é um anagrama para as
palavras: Força, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças e serve para, de uma forma
sucinta, desenhar como está o ambiente em volta da sua organização no momento
atual, projetando-se os planos para o futuro, ou seja, as estratégias a serem
seguidas.
A matriz irá retratar duas visões
da empresa: o ambiente interno, ou seja, aquilo que se passa dentro da organização
e o ambiente externo.
2.1 Forças
Ao analisarmos as forças elencadas,
verificamos que as mesmas se encontram em um patamar favorável no que tange ao
apoio institucional (PMMA e UEMA e ainda os setores a qual se encontra
subordinada nas estruturas organizacionais).
Os níveis de qualificação de
docentes e discentes são considerados satisfatórios e as aquisições acompanham
em quantidades consideradas suficientes, atendendo a demanda.
2.2 Fraquezas
No que se refere às fraquezas, embora
a Unidade de Ensino já possua mais de duas décadas de atividades, o quadro se
mostra significativamente desfavorável, em razão da falta de normatização e
padronização de alguns procedimentos que consequentemente afeta o cumprimento
de toda uma extensa legislação.
Por outro lado, a disciplina
esteve afetada na Unidade de Ensino, em face da política colocada em prática
pela gestão anterior que não a encampava como uma necessidade basilar,
preferindo priorizar o conhecimento, esquecendo, entretanto, que com uma das
Unidades Militares, obrigatoriamente tem que seguir os pilares institucionais
essenciais ao lado da hierarquia, portanto, é de extrema importância aos
Cadetes em formação, os quais serão os futuros Comandantes e Líderes da
Organização Policial Militar.
Neste contexto ainda, é importante
referenciar a falta de um efetivo administrativo capacitado tecnicamente para
apoiar as atividades acadêmicas.
E não menos importante é a falta
de autonomia orçamentária-financeira, vez que problemas na estrutura física que
se agravaram por falta de manutenção, ficam com as suas soluções a depender do
Comando da Instituição.
2.3 Oportunidades
Quanto às oportunidades o quadro
traçado é bastante favorável, vez que inicialmente o apoio federal propiciado
pela SENASP, através do PRONASCI atende de forma efetiva as necessidades
acadêmicas.
Convênios como Universidades e
Faculdades estão sendo fomentados, pois há uma contribuição de mão tripla,
tanto para a Academia de Polícia Militar “Gonçalves Dias” que supre em parte as
suas necessidades de recursos humanos, tanto para as Instituições de Ensino
Superior que cumprem o seu mister e finalmente para os estagiários que atendem a
um dos requisitos essenciais para as suas formações.
Em razão da realização da Copa do
Mundo, evento de máximo porte a ser realizado entre os meses de junho e julho
deste ano de 2014, o país está demandando um significativo montante de
aquisições em materiais, equipamentos tecnológicos, armamento não letal e
outros, daí a esperança pós-evento, que as unidades federativas sejam
contempladas com o rateio e distribuição de respectivas aquisições, alcançando
o sistema de segurança pública e por consequência a Polícia Militar do Maranhão
e a Unidade de Ensino grandes possibilidades de serem beneficiadas.
Também como instituto de formação,
tendo como um de seus afazeres a discussão acadêmica de assuntos de real importância
no encontro de soluções aos problemas da violência e da criminalidade, a APMGD
busca a fomentação de fóruns e outros eventos, a fim de participar e contribuir
efetivamente com a situação.
2.4 Ameaças
As ameaças servem de diagnóstico
para a busca de soluções aos problemas apontados.
É destacável que embora os
integrantes do Curso de Formação de Oficiais – CFO recebam mensalmente uma
bolsa financeira aliada a alguns benefícios que se estende durante toda a
duração do curso, a Instituição ainda não se preocupou com um “marqueting”
visando propiciar a sociedade e interessados uma ideia plena do curso que o
diferencia entre todos os cursos universitários do Estado do Maranhão, unidade
federativa com várias carências.
A falta de dotação orçamentária-financeira
além de dificultar sobremaneira o atendimento das necessidades gerais, tende a
ameaçar todo o processo ensino X aprendizagem que se desenvolve na APMGD, desta
forma é de fundamental importância buscar o convencimento dos gestores da Instituição
a buscarem alternativas para suprirem significativa ameaça.
Os auxiliares administrativos
integrados por praças embora se encontrem há um significativo tempo prestando
serviços, não possuem habilidades que vão de encontro aos afazeres e
necessidades acadêmicas, por outro lado, sentem-se desmotivados pela política
governamental direcionada a segurança pública, fazendo com que a produtividade
deixe a desejar, destarte, encontrar mecanismos que os estimule a se motivarem
a buscar novos conhecimentos e formações é um grande desafio.
Portanto, as ameaças apontadas
para um panorama desfavorável são óbices a serem vencidos.
2.5 Distribuição Swot e
Cenário Geral
Finalmente, observando-se a
distribuição Swot, levando-se em conta as forças e as fraquezas, as
oportunidades e ameaças, o cenário geral mostra-se equilibrado, o que sinaliza
a necessidade de serem trabalhadas as fraquezas e ameaças a fim de serem
corrigidos senões que propiciem a Academia de Polícia Militar “Gonçalves Dias”
cumprir de forma eficiente, eficaz e efetiva seu papel principal – formar com
qualidade os Aspirantes-A-Oficiais da Polícia Militar do Maranhão.
3. O
GRANDE DESAFIO
Para se entender o grande
desafio da gestão de recursos humanos nas organizações públicas torna-se
necessário entender que o principal problema é a crise ética que atravessamos,
portanto, todos os demais problemas
enfrentados pelo homem, isto é, econômicos, sociais, políticos e culturais são
decorrentes da ausência de formação de preceitos éticos nas relações humanas.
Buscamos no filósofo
Imannuel Kant [1][1]a
nossa formulação sobre a questão ética, como o maior problema dos recursos
humanos nas organizações públicas.
3.1 A
educação ética na visão kantiana
Immanuel Kant é considerado como um dos principais
pensadores da Teoria do Direito, influenciando a pesquisa de importantes
autores que o seguiram (por exemplo: Kelsen e Bobbio), mas, também foi um estudioso
da construção do processo educativo e em minha análise é fundamental
compreender a concepção kantiana de educação.
Kant
inicia seu texto chamado Pedagogía [2], com a seguinte
afirmação, “El hombre es la única criatura que ha de ser educada” .[2]
Segundo o filósofo de Königsberg, a educação se
divide em cuidados (sustento e manutenção), disciplina e instrução.
Os cuidados (wartung) são as precauções dos
pais para que os filhos não façam uso prejudicial de suas forças e a atenção
necessária para a sua sobrevivência, visto que nos anos iniciais de vida esses
não têm condições de se cuidar sozinhos.
A disciplina é a parte negativa do processo
educativo, por ter um caráter coercitivo, mas essencial, pois, impede o homem
seja conduzido por seus impulsos animais, deixando de lado sua humanidade.
A instrução, compreendida como a sua parte
positiva, compõe-se de três elementos: a cultura, a prudência e a moralidade.
Traduzindo-se na terceira etapa do desenvolvimento educacional.
Então dentro do processo de instrução, cultura é
formada por meio do ensino, que consiste na habilidade, isto é, na posse de uma
faculdade pela qual o homem pode atingir os fins propostos. A prudência conduz
o indivíduo à adaptação social, em que o exercício principal é o das boas
maneiras, permitindo que tenha o afeto das pessoas e influência social. E a
moralidade é a habilidade de atingir os fins a que se propõe, devendo saber
escolher entre os bons e os ruins. A boa finalidade deve-se compreendida entre
aquela que é benéfica ao indivíduo e ao mesmo tempo serve para todos.
Assim
na filosofia kantiana, a formação moral, tem papel fundamental na educação,
pois o homem só adquire uma educação completa quando tiver liberdade e
autonomia para agir conforme a máxima moral universal, encontrada no imperativo
categórico. Neste universo, a liberdade e a autonomia são elementos essenciais
na formação ética e pedagógica.
Por
isso, deve-se ter claro que a ação livre e autônoma é necessariamente praticada
por dever, excluindo-se as influências da inclinação ou de interesses pessoais,
pois o indivíduo deve agir por puro respeito à lei prática, ainda que essa lhe
seja prejudicial no sentido particular.
3.2 Resgate da credibilidade sob o
ponto de vista ético
Na visão de muitos estudiosos, as mudanças dos paradigmas
sociais retiraram da humanidade o esteio filosófico, político e ético que
orientou o pensamento científico e comum durante mais de dois séculos.
Entendemos que os valores atuais são resultantes de um
processo de revitalização que têm dirigido os objetivos e as concepções do
capitalismo globalizado, neste contexto, essa realidade instável é construída
para a perpetuação do sistema econômico, gerando a superficialidade ou
indiferença pelo outro e que vem se empregado nas relações humanas, ocasionando
uma crise ética que reflete de forma danosa em vários aspectos do quadro social
e por consequente nas organizações.
As organizações públicas de um modo geral enfrentam de forma
mais efetiva esta crise, vez que esta é decorrente da ausência de formação de
preceitos éticos nas relações humanas.
Não obstante, várias são as justificativas
encontradas por alguns funcionários públicos para internalizarem essa “crise”,
que vão desde a política de ingresso, falta de melhorias nas condições de
trabalho, dificuldades nas promoções, falta da estruturação de um plano de
carreira, falta de seguimento da meritocracia em todos os aspectos (funções
desempenhadas e ascensão), remuneração aquém da merecida, interferência
política externa, falta de lideranças, entre tantos outros.
Em realidade essa seara de problemas e
dificuldades aumenta quando a ausência da ética em sua essência, aponta para o
maior câncer institucional – a corrupção – quando o funcionário público recebe
a oferta de benefícios em detrimento dos valores institucionais, contrariando
uma gama de princípios éticos e morais, apregoados pela Corporação.
Destarte, a motivação para fazer
frente a essas situações indesejáveis, está na crença inviolável da identidade
institucional – o orgulho – que deve sentir cada integrante, em pertencer à
corporação, a fim de ser criada ou fortalecida uma cultura organizacional.
Para tanto, um choque de gestão, com políticas
sérias de bem-estar funcional, cumprimento rigoroso das legislações internas,
privilegiando o social, atendendo as necessidades dos integrantes da
instituição, certamente viabilizará a melhoria da produtividade em seu aspecto
qualitativo.
A partir daí, vigoroso trabalho deve
ser realizado para o fortalecimento e o arraigamento da cultura organizacional,
pois, somente os esforços de poucos abnegados não conseguem vencer os obstáculos
gerados por problemas institucionais, assim, é necessário que a ética seja um
primado nas organizações.
4. CONCLUSÃO
A
Academia de Polícia Militar “Gonçalves Dias”, um dos principais setores da
Polícia Militar do Maranhão, vem cumprindo o seu papel principal que é a
formação dos Oficiais, futuros comandante e líderes. Embora venha empregando
uma gestão moderna com resgate de valores e impulsionadores qualitativos,
também enfrenta os desafios na gestão de seus recursos humanos para tanto vem
buscando o alinhamento entre os seus níveis hierárquicos de forma a
desenvolverem uma atuação proativa, equânime e qualitativa.
A principal ferramenta empregada
tem sido a confiança em sua liderança maior – o Comandante – que tem procurado
atender as necessidades, transformando o ambiente físico em um lugar aprazível
para o desenvolvimento das atividades laborais.
A busca de cursos e treinamentos
são mecanismos buscados como forma de valorização profissional, melhorando a
capacidade técnica e propiciando a ascensão funcional, além de oferecer
oportunidades em determinados períodos, vez que a realização destes fora da
unidade federativa, implica necessariamente na recepção de ajudas de curso e
diárias previstas como direitos na Lei de Remuneração da corporação.
O desenvolvimento de projetos como
a melhoria da qualidade de vida, envolvendo os profissionais e seus familiares,
bem como o reconhecimento pelos relevantes serviços prestados em solenidades
públicas, tem resgatado a auto estima dos policiais militares que servem neste
Templo de Saber.
Por fim, a política do exemplo tem
sido o norte para condutas e procedimentos na vida profissional e particular,
propiciando a gestão, a sensação do dever cumprido.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO,
IDALBERTO. Recursos Humanos: o
capital humano das organizações. 9.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Cap. 1JOHAN, SILVIO. Desenvolvendo a Inteligência Emocional. In:___ Comportamento Organizacional: Teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 2013. Cap. 3
JOHAN, SILVIO. Liderando equipes de alto desempenho. In:___ Comportamento Organizacional: Teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 2013. Cap. 4.
JOHAN, SILVIO. Mensurando o Clima Organizacional. In:___ Comportamento Organizacional: Teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 2013. Cap. 6
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Antônio Pinto de Carvalho. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
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