A Academia Maranhense de Ciências, Letras e
Artes Militares – AMCLAM, nasceu de um ideário deste cronista, como já repisado
em manifestações escritas e alocuções; alimentado em sonho por mais de três
décadas, que visava a criação de um sodalício genuinamente maranhense, irmanando
cientistas sociais, literatos e artistas, oriundos das linhagens policiais
estaduais, aliados a integrantes de instituições diversas, com identidade de
propósitos, comungação de ideais, atuantes em suas atividades que enriquecessem-no
e que por conseguinte, presenteasse o Maranhão – Atenas Brasileira com uma produtividade a ser gravada nos anais da
história.
Em um projeto de tal magnitude, cuidadosamente,
formamos um grupo efêmero de indiscutível conhecimento, capacidade e
habilidade, onde aos poucos outros valorosos membros foram se aglutinando e se
incorporando, com ideias, sugestões e experiências que foram transformando o
sonho em realidade.
Passos importantes como o nome da futura
entidade, seus objetivos, sua simbologia, sua representatividade, sua
contribuição social, seu conjunto de normas jurídicas, escolha de seus
patronos, foram sendo maturados com a participação daqueles que inicialmente
ajustaram-se ao desafio e que passaram a estimular outros convidados a defenderem
o sonho também como seu, contribuindo decisivamente para que a AMCLAM, nascesse
forte, alicerçada em valores inquestionáveis que a exemplo, mantém, as
instituições militares estaduais, como estruturas
ou mecanismos de ordem social, com cristalinas funções sociais, que transcendem
à vontade de indivíduos, mediando as regras de convivência, pois, como
corporações (do latim corporis e actio, corpo e ação) de Estado, agem
como se fossem um só corpo, buscando a execução de objetivos em comum.
Em nosso estatuto e
regimento interno, como nortes legais da agremiação, os objetivos sociais em
apoio ao desenvolvimento cultural, são perseguidos através do: I – Estímulo,
reconhecimento, fomento e valorização da ciência, letras e artes em todos os
níveis; II – Incentivo e motivação dos militares estaduais na produção de obras
científicas, literárias e artísticas; III – Desenvolvimento do viés artístico
em todos os gêneros; IV – Resgate e ampliação da história das Polícia Militar e
do Corpo de Bombeiros Militares do Maranhão; V – Defesa e perpetuação das tradições
militares, maranhenses e brasileiras; VI – Culto ao vernáculo, a literatura e
arte nacional; VII – Promoção de parcerias constantes e fraternas com as
instituições e sodalícios da literatura e da cultura e da arte e o VIII –
Intercâmbio com centros de atividades culturais brasileiros e internacionais.
Com o suporte de nossos princípios: I – O
fomento aos interesses culturais; II – O respeito aos direitos humanos; III – O
repúdio aos preconceitos e discriminações de qualquer natureza; IV – A
legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade, a economicidade e a
eficiência; e V – O respeito à Constituição Federal Brasileira, unidade e
soberania do Brasil, também nos direcionam democraticamente a defende-los.
Nessa esteira lógica de raciocínio, entendo
que os integrantes da AMCLAM, são nacionalistas por excelência, leais ao Brasil, a preservação da nação, na defesa de territórios e
fronteiras, assim como na manutenção do idioma, nas manifestações culturais,
opondo-se a todos os processos que possam destruir essa identidade ou
transformá-la, ademais, patriotas que manifestam amor aos símbolos do Estado
brasileiro, arraigados em nossos costumes, tradições e orgulho da nossa própria
história
Tal como estabelecido em nossa lei maior – a
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 – o país é um estado
democrático, instituído pelos nossos representantes, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica
das controvérsias conforme previsto no preâmbulo da nossa constituição.
A soberania popular, inquestionável, na
essência do pensamento político atual, embora representada democraticamente
direta ou indiretamente por governantes e legisladores que periodicamente são
delegados com tal finalidade, cabem traduzir e colocar em prática a
indiscutível vontade popular; contrariamente à forma absolutista predominante
na idade moderna que era uma relação marcada
pelo princípio da fidelidade, obediência e respeito ao monarca e seus
representantes.
As eleições, como decisões,
tomada pela maioria dos votos que refletem a vontade e o interesse das pessoas,
devem ser a palavra de ordem, até que novo escrutínio modifique as novas
posições de mando.
Nesse viés e aliado à atual
Constituição em vigor, o estado democrático deve garantir os direitos
fundamentais à cidadania: direitos civis (liberdade de expressão, de imprensa,
de associação, de reunião e proteção contra a prisão arbitrária), políticos
(voto e ser votado) e sociais (educação, saúde, alimentação, moradia,
transporte, segurança, lazer e outros), sendo luta secular a manutenção dessa
conquistas, suas garantias, universalização e ampliação.
Se como Acadêmicos Efetivos
e Perpétuos não formos capazes de colocar em prática o que manifestamos na
instalação do nosso Sodalício em 20/06/2018:
...O ser
humano, que é a obra-prima universal, sobre o qual não devemos esquecer de
resguardar todo o respeito que lhe é pertinente, devemos sempre observar que
existirão pessoas com sentimentos, pessoas que transmutam o comum com as suas
habilidades. Não é à toa que quando se fala que “devemos ser humanos”,
remetemos a um grandioso sentimento de dar e fazermos o melhor da gente, dar o
melhor que queremos pra gente e o melhor que podemos dar!
Sonhar, construir o sucesso, construir uma consolidada estrutura no que
toca às ciências, letras e artes, em todos os âmbitos da vida, custa o valor
exato dos investimentos na fé, esperança, disciplina, superação,
empreendedorismo, ousadia e coragem para realizar o que for necessário e o que
deve ser feito.
Superar a si mesmo é ir além do que muitos duvidam, numa sociedade
altamente competitiva, submetida aos conflitos e crises existenciais, ao
estresse emocional, à pressão psicológica, aos medos, aos fracassos, ao
cansaço, às cobranças, às responsabilidades, ao estresse profissional e às
incertezas do amanhã, custa muito alto.
Estaremos fadados aos insucessos quer como
Acadêmicos, quer como pessoas dignas de direito e deveres, integrantes de uma
sociedade pluralista.
São Luís – MA, 19 de abril de 2020.
Carlos Augusto Furtado Moreira
Acadêmico da Academia Maranhense de Ciências, Letras e artes Militares -
AMCLAM
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