quinta-feira, 2 de julho de 2020

CONFRARIA ESPAÇO LUSO-BRASILEIRA


Ontem retornamos no tempo.
Voltamos aos agradáveis e saudáveis tempos da Confraria Espaço Luso Brasileiro quando na "Loja do Camões", reuníamo-nos aos sábados para horas de bate-papo, jogar conversa fora, falarmos besteiras ou exorpilarmos, mas, objetivo principal mesmo, era tomarmos os nossos aperitivos de final de semana e deliciarmos aquele almoço "típico de bar", que variava a cada final de semana com um cardápio diversificado.
Uns iam mais cedo às 11h00 e antes das 13h00 já se dirigiam às suas casas para não contrariarem suas consortes, outros, as levavam, até para mostrar que o único fim, era reunir com os amigos; e assim ganhavam créditos para comparecerem em outros finais de semana sozinhos e poderem esticar até à noite.
Quantas vezes, alguns saiam as 18, 19, 20, 21, 22h00 ou mais?
Quantas vezes aquele lugar sagrado da boêmia reunia "cantores, músicos, dançarinos, etc"?
Quantas vezes recebemos visitas ilustres de personalidades políticas, acadêmicas, importantes ou mesmo anônimos, que por uma razão ou outra tinha a oportunidade de ser convidado ou acompanhava algum Confrade que por uma razão ou outra encontrava antes de se dirigir para a Confraria?
Ah! Que saudades daqueles bons tempos idos onde em alguma oportunidade encontrávamos pessoas de todas as classes sociais, de uma gama variável de profissões e entre um trago e outro questões às vezes insolúveis era resolvidas nas mesas da Confraria: uma consulta medica; uma pendência jurídica; um problema educacional; um dor de cabeça com o veículo; enfim, onde ajudado pelo álcool e amizade tudo era solucionado.
Chegamos a um nível de organização tal que até "camisa identificada tínhamos, providenciada por Ribinha, irmão do eterno presidente Camões; escolha do cardápio de final de semana, organizado por Maria José, a logística resolvida entre o presidente e Pé de Black (que era vigia, garçon, segurança e etc); até as finanças tiveram seus dias de glória, com a organização das contribuições mensais por alguns Confrades, organizadas por mim, vez que notei que o presidente com a amabilidade de manter semanalmente o encontro, tirava do seu próprio bolso, os recursos para a viabilização do grode e dos tiragostos nos anos iniciais.
Vários foram os CE QUE SABE(festas de confraternização nos finais de ano, realizadas em locais diversos.
Mas como tudo o que é bom dura pouco, os dias e anos gloriosos da Confraria ficaram para trás, somente nas lembranças daqueles que viveram e conviveram.
Como tudo é finito, posteriormente vieram os questionamentos, o que fez com que a Confraria acabasse?
Certamente várias justificativas poderiam ser elencadas: A lei seca; um posicionamento de algumas senhoras que já não podiam contar com seus maridos aos sabados Confrades; mudança de local dos grode de final de semana; não sei.
Posso lhes dizer que foi um maravilhoso período de minha vida que ficou para trás.
Entretanto, fiz esse resumo para retratar uma figura ímpar desse maravilhoso grupo Francisco Giusti, aquele grandalhão que era uma espécie de conselheiro, de consultor, de presidente de honra, de quem dava o toque final em tudo o que se planejava, afinal entre tantos boêmios, ele era um menestrel, um bom vivant, que entre médico e um baita de um ser humano, era um grande amigo.
Ontem eu, Camões, Moraes, Paulo Neves e Totonho, bebemoramos as boas lembranças, de bons momentos que com ele desfrutamos.
Nobre Giusti, onde que que estejas, saibas que deixou saudades.
Como disse Moraes entre tragos e Tim Tim Tins: tu furastes a fila.

São Luís, 08 de junho de 2019.

Carlos Augusto FURTADO Moreira
Pres. da Academia, Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares (AMCLAM).

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