quinta-feira, 2 de julho de 2020

DIA DO POLICIAL MILITAR


Há cerca de 273 anos (1746), nascia em terras brasileiras, na Fazenda do Pombal, propriedade de seu pai, do primevo Arraial Velho, depois Vila de São José – um dos mais antigos povoados das Minas Gerais, situada na circunscrição territorial da Vila de São João Del-Rei, JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER, por autonomásia, o TIRADENTES (segundo Sérgio Martins Pandolfo).
Figura central do que foi considerada uma das mais importantes articulações em prol da independência do Brasil durante o período colonial, a Inconfidência Mineira, também conhecida como Conjuração Mineira, surgiu com a união de um grupo de militares e intelectuais que sustentava um pensamento contestador da política da época que buscava uma forma de desvincular o Brasil da condição de colônia portuguesa.
“A Inconfidência Mineira, foi o primeiro movimento que reuniu um grupo de pessoas com a finalidade de criar a Pátria Brasileira, e TIRADENTES, seu líder, foi o inconfidente que mais propagou a liberdade, como seus companheiros presos afirmaram, e até mesmo acusando-o; seu amor pelo país era tão grande que desdenhava dos avisos para ser mais prudente pelo risco que sua vida corria; materialmente nada tinha a ganhar com a vitória; seu desprendimento foi total, doou-se inteiramente ao sonho da liberdade e da soberania. Muitos brasileiros morreram lutando contra o dominador português e os invasores holandeses e franceses bem antes de Tiradentes nascer, mas não estavam lutando pela nossa independência. Quando das lutas que empreenderam pela nossa soberania, em 1822 e 1823, brasileiros morreram realmente pela nossa independência, mas Tiradentes foi o primeiro a sacrificar-se pelo ideal da Pátria, e por este motivo recebeu o glorioso reconhecimento de Protomártir da Independência, isto é, o primeiro mártir, pois “proto” significa “primeiro” (Adalberto Guimarães Menezes).
Em 20 de abril de 1792, quando foi lida a decisão final que comutava a pena de degredo para a África para todos os condenados, menos para ele, recebeu com serenidade a sua sentença de morte por enforcamento e posterior esquartejamento; "sem sair de seu lugar", deu parabéns aos outros, com "ar sincero e moderado"; pediu-lhes muitas vezes perdão pelo que lhes fizera; ao seu padre confessor disse: "que agora morreria cheio de prazer, pois não levava após si tantos infelizes a quem contaminara. Que isto mesmo intentara ele, nas multiplicadas vezes que fora à presença dos ministros, pois sempre lhes pedira que fizessem dele só, a vítima da lei".
Frei Raimundo Penaforte, o confessor, escreveu o seguinte sobre Tiradentes: "Foi um daqueles indivíduos da espécie humana que põem em espanto a própria natureza. Entusiasta, empreendedor com o fogo de um D. Quixote, habilidoso com um desinteresse filosófico, afoito e destemido, sem prudência às vezes, em outras temeroso ao cair de uma folha; mas o seu coração era sensível ao bem. A Coroa quisera, com o espetáculo do enforcamento, afirmar o seu domínio sobre a colônia brasileira. Tiradentes tentara, com o sacrifício, salvar os companheiros e abrir ao povo o caminho da emancipação política. Um espírito inquieto, um homem leal, esse Alferes Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha Tiradentes - Herói sem medo de todo um povo".
Na manhã de 21 de abril de 1792 (um sábado), o carrasco da Capitania entrou na cadeia pública do Rio de Janeiro e procurou TIRADENTES para vestir-lhe a alva e o capuz; pediu-lhe, como de costume, perdão pelo que iria fazer; Tiradentes respondeu-lhe: "Oh, meu amigo, deixe-me beijar-lhe as mãos e os pés", o que fez. O carrasco chorou. Despiu-o completamente e Tiradentes comentou: "Nosso Senhor morreu também nu, por meus pecado?". 
Se, Tiradentes foi um herói na hora da morte, maior herói foi em vida. Seu sacrifício foi a culminância trágica do sonho libertário, mas não foi seu holocausto que alçou a heroicidade, por mais sublime que tenha sido, e sim o ter sido um dos idealizadores de nossa independência, o maior articulador, o mais eficiente aliciador de adeptos, seu maior propagador, a pessoa mais visível do sonho procurado. E é assim que devemos imaginá-lo e representá-lo, para exemplo de todos os brasileiros: o Alferes garboso e resoluto, que olha para a frente, confiante no glorioso destino do Brasil! Antes de imaginá-lo morto, imaginemo-lo vivo! (Adalberto Guimarães Menezes - Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais - Cad. nº 72 - Alferes Joaquim José da Silva Xavier).
Anos mais tarde, em 7 de setembro de 1822, tornava-se o Brasil independente, mas o nome Tiradentes permaneceu esquecido; e somente em 1867 erigiu-se, em Vila Rica, monumento à sua memória.
Com o advento da República, entretanto, TIRADENTES foi declarado herói da Nação e o 21 de abril tornado feriado nacional. 
O Decreto-Lei Nº 9.208, de 29 de abril de 1946, Institui o Dia das Policias Civis e Militares, que será comemorado a 21 de abril e a Lei Nº 4.897, de 9 de dezembro de 1965, declarou-o “patrono cívico da nação brasileira”.
Portanto, salve TIRADENTES.
Salve as Polícias Militares (Corpo de Bombeiros Militares).
Salve as Polícias Civis.
São Luís – MA, 21 de abril de 2019.

Cel PMMA RR Carlos Augusto Furtado Moreira
Historiador e Pesquisador e Presidente da AMCLAM



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