Sigmund Schlomo Freud,
pai da psicanálise, brindou a humanidade em seus estudos com os conhecimentos sobre
o id, ego e superego, como formadores da personalidade humana, respectivamente,
representados pela impulsividade, racionalidade e moralidade, resultando daí
que outros estudiosos se lançassem em desenvolver ensaios e teses que nos levam
a tentar compreender a mente humana.
O momento atual vivenciado pela sociedade
brasileira, impulsionando-nos a um modelo de vida diferenciado da rotina do
mundo moderno, em face de um isolamento social e residencial sugerido pela
comunidade científica mundial, em face do aparecimento de uma doença virótica,
batizada de covid-19, que se transformou em pandemia ao ultrapassar
barreiras das nações, veio de encontro a uma instável situação política
nacional, onde o país convive a polarização entre espectros, Direita, Esquerda e Anarquistas e que podem levar
pessoas e grupos a ações violentas e extremas.
Retomo as
pontuações de Freud, analisando-as, visto que nos últimos meses, uma avalanche
de informações captadas ora das mídias nas redes sociais, ora dos conglomerados
de notícias jornalísticas (televisivas, radiodifusão e impressos), com seus
acessos mais facilitadas em razão da necessidade de preenchimento do farto
tempo disponível, tentando organizá-las na estrutura de minha psique.
Neste contexto
me vem a lume, referenciais, os quais me fizeram despertar as 03h00 da manhã
deste 21 de abril de dois mil e vinte e não conseguir mais dar continuidade ao
necessário ciclo do sono.
Os valores internalizados,
fundamentados na ética e em minha espiritualidade, constituindo a minha
consciência, tornou a minha vida digna e definiu meus princípios e propósitos,
objetivando a fins grandiosos que foram alicerçados nos valores morais, transmitidos
através do convívio familiar e que sem sombra de dúvidas me direcionaram a
defender valores observados naqueles em que foram escolhidos como meus
referenciais.
Ainda no começo da vida, os
exemplos e as palavras de ordem na casa dos meus pais incluíam, honestidade,
dignidade, respeito, responsabilidade, cortesia, otimismo, flexibilidade,
solidariedade, tolerância, humildade, perseverança, entre outros; não era um
lar sinônimo de perfeição, mas, havia uma busca constante pela melhoria, como
seres humanos e isso se tornou um legado.
A partir daí as experiências
vivenciadas contribuíram para o meu aprimoramento e é por tal que exatamente no
dia do martírio de Joaquim José da Silva Xavier, despertei antes do costumeiro
para referenciar meus heróis, aqueles que me são caros, pois se tornaram meus
referenciais de vida.
Ao ser incentivado por meu
amado pai a seguir a vida policial militar, desde o meu ingresso na Polícia
Militar do Maranhão, passei a observar pessoas possuidoras de princípios
(atributos morais e éticos) que pautavam as suas condutas como ser humano e
profissional. De muitos oficiais, graduados e até mesmo soldados foram expressões
singulares na carreira que abracei.
Certamente, decorridos quase
quatro décadas desde o dia 05/03/1981, a própria fragilidade que também a mente
vivencia, ficaram em seu recôndito, mas, as que pela própria convivência ao
longo dos anos teve o fortalecimento de uma amizade fraterna merece ser
evidenciada, até porque em alguma etapa na caserna me ofertaram orientações e ensinamentos contributivos que
engrandeceram a minha performance profissional.
Nesta linha, não levo em
consideração os seus defeitos e sim as virtudes humanas, defendidas por
filósofos e psicólogos, traduzidas nas qualidades moral, religiosa e social,
representando a disponibilidade da pessoa em praticar o bem, das quais pude
abstrair de suas personalidades e comportamentos: benevolência, justiça,
paciência, sinceridade, responsabilidade, otimismo, sabedoria, respeito,
autoconfiança, contentamento, coragem, desapego, despreocupação, determinação,
disciplina, empatia, estabilidade, generosidade, honestidade, flexibilidade,
humildade, misericórdia, introspecção, entre outras.
Alguns já se encontram em
outro plano de vida, entretanto, continuam a desfrutar do meu respeito,
consideração e agradecimento. Guardados no recôndito de minha mente, vieram à
baila quando na noite anterior recebi o brilhante trabalho O Alferes Tiradentes
do Major da PMMG, Francis Albert Cotta, doutor em história pela Universidade
Federal de Minas Gerais, gentilmente encaminhado pelo TC Murilo Ferreira dos
Santos, presidente do Instituto de Direito e Pesquisa Militar (INBRADIM),
também integrante da gloriosa Polícia Militar de Minas Gerais.
Destarte neste dia em que é
comemorado no Brasil o Dia das Polícias Civil e Militar, através do Decreto-Lei
nº 9.208 de 29/04/1946, em que avulta a figura de Joaquim José da Silva Xavier,
o Tiradentes, que anteriormente aos acontecimentos, bases da Independência do
Brasil, prestou à segurança pública, na esfera militar e civil, serviços
patrióticos assinalados em documentos do tempo e de indubitável autenticidade,
registro através deste crônica o meu reconhecimento a figuras que possuem
características dignas de referenciais e exemplos.
São Luís – MA, 21 de abril de 2020.
Carlos Augusto Furtado Moreira
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