sábado, 6 de novembro de 2010

DAS CURRIOLAS A CONFRARIA ESPAÇO LUSO BRASILEIRO

Sempre fui prematuro, de uma origem humilde (pai Praça da Polícia Militar e mãe doméstica que entre intervalos, confeccionava peças de roupas, costurando), logo cedo meu pai observando que eu gostava de estudar, estimulava-me, empenhando-se para que eu me tornasse um estudante profissional.

Nessa época morávamos em uma casa encravada em um aterro do mangue nas proximidades da Avenida Kenedy, cujo logradouro público - Rua - hoje denominada de General Ozório antiga Catulo da Paixão Cearense) estava localizada no bairro da Vila Passos.

Embora fosse a vontade do meu pai que me dedicasses apenas aos estudos, passei a perceber as dificuldades que ele possuía para proporcionar aos integrantes de uma família composta de 06 (seis) pessoas, o necessário para uma sobrevivência digna, mas sem muitos luxos.

Assim, um cidadão João Evangelista Martins Rodrigues, vendedor de livros representante da Bolsa Paulista de Livros que se mudou para próximo a minha casa, verificando a minha vontade de ajudar aos meus pais, convidou-me e ajudou a convencer meu pai para que eu realizasse as cobranças dos livros que vendia, assim, passei a trabalhar em um período do dia.

Desta forma, aos treze anos comecei a trabalhar e com o dinheiro que conseguia das comissões, ajudava meu pai nas reformas que foram implementadas ao longo dos anos na casa que foram se sobrepondo, em face dos aterros na rua e as melhoria de infra-estrutura que o bairro recebia.

Por outro lado, com meu dinheiro no bolso, comecei a conquistar a minha independência, a ponto de que desde 1974, meu pai não precisou mais contribuir para satisfazer as minhas necessidades e desta forma, pude inclusive custear o pagamento de minha escola (ensino médio), passando a freqüentá-la no período noturno, a fim de trabalhar mais e ganhar mais.

Ao aproximar-me da maioridade, comecei a participar de "CURRIOLAS", grupo de amigos que se encontrava com freqüência para beber “birinaites” e bater papo.

Minha vida foi mudando e meu pai, achou por bem escrever-me no concurso ao Curso de Formação de Sargentos da PMMA, no ano de 1980, onde logrei êxito e logo depois partir para o oficialato.

Já pelos idos dos anos 90 quando ainda Tenente, aos sábados, já participava dos encontros com companheiros em uma Churrascaria no saudoso Posto do Jurandir - próximo ao Ginásio Costa Rodrigues e Praça Deodoro no centro de São Luís.

Dr. Cleon Furtado, sempre se referiu à turma como “Curriola”.

Várias foram os sábados quando nos encontrávamos, onde além de participar da roda de amigos, me deleitava com os “causos” e diálogos que ali eram travados. Várias foram às pessoas que conheci.

Ao longo dos anos diversas mudanças ocorreram em minha vida, minhas idas para freqüentar cursos fora do Estado do Maranhão e do Brasil (Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Belém, Chile, Guatemala e outros países da América Central, Colômbia, Portugal, Itália e Estados Unidos), missões policiais militares em diversos lugares (o que certamente me fizeram participar de outras “curriolas”), fechamento da Churrascaria no Posto Jurandir, falecimento de alguns amigos integrantes da "curriola" e algum tempo depois o declínio da saúde Jurandir.

As reuniões mudaram de lugar, sendo que estas decorriam de atendimentos inadequados, cerveja quente, não aceitação por parte das direções - bebida de fora (whisky, vinho, etc.) e outras situações.

Desta forma, consequentemente, o número de amigos que participavam das “curriolas” foram diminuindo. Passamos por Barzinhos na Rua Grande, Solar das Flores, Caneco (Rua do Norte), Restaurante da Diquinha (Diamante), Bequimão, Churrascaria do "Posto do finado Gessinho”, Praça de Alimentação do Garden Shop Luzitana e outros.

Alguns amigos passaram a freqüentar outros locais, alguns próximos às suas residências, levados por questões das mais diversas possíveis (pararam de dirigir, a legislação de trânsito mais exigente, diminuição da sensação de segurança nas ruas, etc.).

Em minha memória ainda se fazem presentes: JURANDIR, ZÉ WALTER, LEITE (TOTONHO), CEL PERFETTI, FINADO CAMPOS, CELSO ROCHA, CHINÊS, GRACO, BANDEIRA, CAMÕES, GIUSTI, CONCEIÇÃO, CARLINHOS, CÉSAR PERFETTI, IVAN, JOÃO BELO, PEDRO AUGUSTO, SARAIVA, VIANA, ZÉ ARTHUR, finado GESSINHO e tantos outros.

Há aproximadamente dois anos, Bandeira, me convidou a ir a Confraria "Casa do Camões".

Naquele local fui bem recebido, reencontrei velhos companheiros de farra e logo, logo, batendo papo, bebericando e comendo petiscos, rapidamente fui me adaptando. Na despedida o convite do anfitrião e Presidente da Confraria "Camões" para que retornasse no sábado seguinte.

E assim passei a me dividir aos sábados entre a Confraria e a remanescente "curriola" que a esta oportunidade passou um bom tempo encontrando-se na Churrascaria do Posto Texaco do finado gessinho na Curva do 90.

Em 2009 fui designado para trabalhar em Pinheiro, comandando o 10° BPM, onde vários foram os finais de semana divididos com a Confraria, que passou a ser meu passatempo predileto.

Convidei outros companheiros para nos juntarmos aos Confrades, mas alguns preferiram continuar em um grupo reduzido alternando entre o Garden Shoping e outros locais.

Na Confraria sempre há uma cerveja gelada, comida variada, um bom papo, uma convivência salutar, alguns confrades alternando-se e levando seus (Whiskys, Vinhos e outras bebidas preferidas), diálogo e discussões sobre vários temas, além da comemoração de aniversários dos confrades (geralmente contar com a participação das famílias) quando a Confraria transforma-se em uma grande festa.

Nas sexta feiras o que o Presidente Camões chama de um bate bola informal - o cachorro quente, regado a birinaites.

A reunião de final de ano é uma oportunidade impar, onde encontramos velhos e bons amigos e outras reuniões com menores participações também são sempre muito agradáveis.

A Confraria Espaço Luso-Brasileiro possui vários confrades, onde se destacam ARMANDO, AZEVÊDO, BRANDÃO, CLEON, EVANDRO, FLÁVIO CAMPOS, GIUSTI, HÉLIO COÊLHO, JESUS SANTOS, ARIMATÉIA, ZÉ CLÁUDIO PAVÃO, ZÉ REINALDO PAVÃO, MORAES, JULINHO, JÚLIO CÉSAR, LÚCIO, MIGUEL FECURY, NONATO LAGO, PAULO NEVES, PAULO VIEIRA, SÉRGIO TAVARES, NYROND, SILVINHO, NÉLIO TAVARES, RODOLFO, TONY, ISAIAS, JUAN, PAULO ADVOGADO e tantos outros. Já recebeu visitas ilustres, políticos e até ex-governadores.

Assim durante a semana, contatos telefônicos e e-mails já programam o próximo encontro no sábado.

Essa é a CONFRARIA ESPAÇO LUSO-BRASILEIRO, onde não há diferenças e nem discriminações, um lugar onde todos são iguais, todos são amigos, onde há liberdades, onde se vive, independentemente de qualquer condição particular: social, financeira, intelectual, familiar, religiosa, profissional, opção política, opção sexual, etc., onde os objetivos principais são a diversão e amizade.

São Luís-MA, 05 de novembro de 2010.

CARLOS AUGUSTO FURTADO MOREIRA
(98) 8826 4528 – celqopmfurtado@gmail.com

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A CARA NOVA DA POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO







Vislumbrando a logomarca do Comando Geral da PMMA atual, sobressai-se as inscrições: Paz, União, Respeito, Trabalho, circundando as cores da bandeira e o brasão do Estado do Maranhão, onde logo abaixo duas mãos, uma branca e uma negra, entrelaçadas em sinal de perfeita sintonia, sem nenhuma discriminação.

Uma verdadeira obra de arte.

Ao rebuscar o significado das palavras verificamos:

PAZ é geralmente definida como um estado de calma ou tranqüilidade, uma ausência de perturbações ou agitação.

UNIÃO é estar em sinergia; estar ao lado de algo ou alguém; decisão de se unir para algo; coisas que se completam; pensamentos iguais; gostos parecidos; capacidade de estar ligado a algo.

RESPEITO é uma das qualidades que temos para podermos nos relacionar com outras pessoas. É aceitar algo ou alguém, sem que seja necessário concordar, mas exercitar acima de tudo a tolerância, a compreensão e/ou entendimento. É o direito de expressar-se sem sofrer algum tipo de repressão, castigo ou punição. É alguém não fazer aquilo que não gostaria que lhe fosse feito.

Foi preciso vivenciar quase 30 anos na briosa PMMA, a fim de verificar que um Comandante Geral exercitasse em sua plenitude, sentimentos que sempre foram buscados na Corporação pelos homens que se disponibilizam a sacrificar sua própria vida em nome do dever cumprido.

Isto me remete as considerações feitas nas páginas 49-51 do Livro A CARA NOVA DA POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO do Monsenhor Hélio Maranhão, escrito no final do ano de 2005.

Há quase 24 anos de efetivo serviço na Polícia Militar do Maranhão – PMMA, sou testemunho dos significativos avanços que a Corporação experimentou nesse período e não tenho a menor dúvida em afirmar que em relação a pessoal, o ingresso dos capelães Hélio Maranhão e Misael Mendes da Rocha em 24 de novembro de 1993, cuja publicação ocorreu de acordo com o Boletim Especial n° 006, veio a marcar um verdadeiro referencial na Instituição.

Não obstante aos excelentes serviços que vem prestando os dois religiosos, nesta oportunidade gostaria de dedicar-me especificamente em tecer algumas considerações relativas ao Monsenhor Hélio Maranhão.

Desde que aqui chegou, recordo-me que as suas primeiras preocupações e providências eram assenhorar-se do papel que estaria afeito a um oficial intermediário, pois naquela oportunidade, ingressava na Corporação no posto de Capitão QCOPM (Quadro de Oficiais Capelães da Polícia Militar), pois em algumas oportunidades não se melindrava em questionar alguns companheiros como se comportaria, como usaria insígnias, como procederia nas mais diversas situações em que estaria envolvido como um oficial PM.

O que mais me chamava a atenção era o fato de que um homem de uma exuberante vivência sacerdotal, dotado de conhecimentos católicos profundos, com um fácil trâmite em todos os setores sociais, respeitado e admirado desde as mais humildes comunidades até a mais requintada sociedade maranhense, requisitado, por diversas vezes em várias regiões do Brasil e do Mundo, numa clara demonstração de sua bagagem intelectual, extrapolava os muros do seu mister principal – a religião.

Logo minha inquietude foi satisfeita, pois na Corporação do Brigadeiro Falcão, passou a desempenhar um papel aglutinativo de enorme significância, mostrando a todos (do soldado ao coronel) que éramos iguais, mas que cada um tinha e desempenhava suas atividades como integrantes de uma grande engrenagem e, por tal, todos deveriam ser considerados e respeitados, pois só assim a PMMA seria diferenciada no cenário social.

Incansável, passou em suas homilias, mensagens e encontros, a levar uma mensagem à sociedade, mostrando a galhardia, a importância, o respeito, a consideração que mereciam todos os integrantes da briosa e sesquicentenária Polícia Militar do Maranhão que, a partir de então, passou a vê-la, respeita-la e admira-la como um verdadeiro patrimônio do povo maranhense, dessa forma comportando-se como um verdadeiro miliciano.

Autor das Comunidades Eclesiais de Bases – CEBs e de belíssimos artigos, logo foi reconhecido e leito membro da Academia Barra-cordense de Letras, da Academia Maranhense de Letras e da Academia de Ciências, Artes e Letras de Tutóia, pois como possuidor de uma linguagem fácil, porém rebuscada, a cada artigo e obra que nos ofereceu e nos oferece mostra o seu verdadeiro valor como imortal.

Com a leveza que lhe é peculiar sempre manteve uma convivência harmoniosa e pacífica com o capelão evangélico e com o advento dos cargos em comissão de capelães na Corporação, chefia com maestria a equipe de capelães integrados por um outro padre e outros pastores de diversas ordens, em um trabalho constante e elogiável.

Tem propiciado aos companheiros oficiais, acesso a outras áreas de conhecimento, incentivando cada vez mais a brilhante fase em que o ensino e a instrução são dinamizados na PMMA, através da Diretoria de Ensino.

Destarte, traçar o perfil dos feitos do Monsenhor Hélio Maranhão, ao longo desses mais de onze anos na Polícia Militar é elencar um rol positivo de realizações, pois não obstante a sua sagrada idade cronológica, desafia a muitos com a sua jovialidade espiritual, profissional, altaneira, exemplar, física, digna dos mais valorosos policiais-militares que esta briosa Instituição já teve e possui em seus quadros, ao longo dos seus 169 anos de relevantes serviços prestados à sociedade maranhense.

Feliz é aquele que pode contar com o privilégio de sua amizade e dos ensinamentos, portanto, Monsenhor Hélio Maranhão, meu sincero respeito, consideração, admiração e agradecimento, pela sua inestimável contribuição para com a Polícia Militar do Maranhão. Carlos Augusto Furtado Moreira – Ten Cel QOPM. Comandante do 9° BPM – São Luís – 2004-2005... Licenciado em História e graduando em Direito.

Portanto Senhor Coronel Franklin Pacheco Silva, parabéns por sua visão e que Deus lhe proteja.

São Luís-MA, 03 de novembro de 2010.

Ten Cel QOPM Furtado
celqopmfurtado@gmail.com – (98) 8826 4528

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