sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

ADEUS AMIGO CARLOS ALBERTO SALIM DUAILIBE

Ontem participei da Celebração da Esperança (7º dia de falecimento terreno) do meu saudoso amigo Cel Duailibe na Igreja Católica São Luís Rei de França no bairro do Calhau em São Luís (MA).
Naquele templo, familiares e amigos pudemos sentir a sua presença terna e tranquila, principalmente quando retratada pelo Padre Cláudio, quando em sua homilia falava-nos que para quem tinha fé, entenderia que sua partida ocorreu para outro plano, pois a bíblia prevê em João, capítulo 11, versículo 25Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; versículo 26e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê nisso?"

Como consta na contra capa do livreto de sua celebração e que Santo Agostinho nos fala: O amor não desaparecerá jamais, pois A morte não é nada. Eu, somente passei para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês. O que era para vocês, eu continuarei sendo.
Dêem-me o nome que vocês sempre me deram; falem comigo como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora de seus pensamentos agora que estou apenas fora de suas vistas?
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho...

Assim é nossa amizade, que é uma extensão de sua amizade com o meu pai, que dura mais de 56 anos, ou seja, mais do que a minha idade.

Desde a minha infância pude absorver de seus conhecimentos e passar a admirá-lo, pois foi através de seu comando na Polícia Militar do Maranhão que sua esposa, a Sra. Cléia, desenvolvendo um trabalho social magistral para os integrantes da Corporação e seus familiares, que no antigo quartel da Rua da Palma, quando contava com 14 anos de idade, pude frequentar aulas de catolicismo e fazer a primeira comunhão, receber brinquedos nos dias das Crianças e nos dias de Natal.

São estas, lembranças que ficaram eternizadas em minha mente e posteriormente o conhecimento das grandiosas obras como os quartéis do Comando Geral, de Imperatriz, Caxias, Pindaré Mirim e Barra do Corda. Pude ouvir de meus companheiros, Coronéis, que serviram sob seu comando de que foi o mais profícuo Comandante Geral que a PMMA já teve.
Com uma vida pública digna de elogios, emprestou seus conhecimentos e sua capacidade administrativa, na Secretaria de Segurança Pública, na Universidade Estadual do Maranhão e em outras funções públicas .
Homem probo, sensato, tranquilo, honesto, amigo, coerente e equilibrado, como foi singularizado entre outros Secretários de Segurança, em uma análise particular do bloguista Cesar Bello em 18 de junho de 2015, intitulada o “Sucateamento da Segurança Pública no Maranhão: As superadas teses/estratégias de 1965 a 2015 (https://cesarbello.blogspot.com.br/2015/06/o-sucateamento-da-seguranca-publica-no.html) e por uma de suas filhas em uma comovente homenagem de sua lavra durante a celebração.
Tive o privilégio, mais amiúde de quando em vez receber suas ligações e visitas quando comandei o 9º Batalhão de Polícia Militar (Vila Palmeira) entre os anos de 2004/2006 e a Academia de Polícia Militar “Gonçalves Dias” (Calhau) em 2009 e entre os anos de 2013/2015; foram nestas oportunidades que pude extrair do gestor experiente, lições que foram preponderantes para que eu pudesse alcançar os êxitos conquistados.
Fui privilegiado com a sua presença no meu matrimônio com Fabiane em 19/01/2007.
Nestes momentos em que o país atravessa uma de suas maiores crises, principalmente moral, parte para outro plano, um grande brasileiro, militar e que deixa exemplos de honradez, dignidade, seriedade e acima de tudo de moralidade.
Socorro-me novamente da parábola do rabino Henry Sobel que foi contada na partida de um grande brasileiro e que também faz parte do livreto, a qual nos faz refletir sobre Partida e chegada daquele que nos são caros  e que diz assim: Quando observamos, da praia, um veleiro afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara.
O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: "já se foi". Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas. O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver.
Mas ele continua o mesmo. E, talvez, no exato instante em que alguém diz: "já se foi", haverá outras vozes, mais além, a afirmar: "lá vem o veleiro"!!!
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: "já se foi".
Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas persistem dentro do mistério divino.
Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita.
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: "já se foi", no além, outro alguém dirá: "já está chegando".
Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a vida.
Na vida, cada um leva a sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessários.
A vida é feita de partidas e chegadas.
De idas e vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
Assim, um dia, todos nós partimos como seres imortais que somos todos nós ao encontro dAquele que nos criou.

E assim somos nós, que nascemos, vivemos e morremos nesta vida terrena; entretanto, não devemos enfrentar a morte como um fim.

Jesus morreu e ressuscitou para que todos que creem nele possam ter vida eterna. No Céu viveremos para sempre com Deus, sem mais sofrimento nem dor. A morte será destruída e a vida vencerá!

São Luís - MA, 07 de outubro de 2017.

Cel PMMA RR Carlos Augusto Furtado Moreira

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