segunda-feira, 8 de julho de 2024

SAUDADES DA MINHA ILHA

  

Passeando em outras terras,

visitando outras paragens,

acessei outras culturas,

deparei-me com diferentes costumes,

experimentei a culinária e as bebidas de gastronomia de outras terras,

observei a forma como as pessoas se vestem, falam e se comportam.

Experiências enriquecedoras,

sábios ensinamentos,

novos conhecimentos adquiridos,

belezas vislumbradas.

Senti climas diferentes,

enfim, vivenciei fantásticas oportunidades.

Mas aí bateu aquela saudade,

das coisinhas simples da minha terra,

do linguajar fácil das pessoas,

das ruelas, becos, travessas, as quais percorro até na imaginação.

Do cheirinho e do gosto inigualável do peixe-pedra frito com arroz de cuxá, lá do restaurante “Mar e Sol”, de São José de Ribamar, onde, ao mesmo tempo, delicia-se a iguaria e a visão incomparável da Baía de São José.

Lembrei-me também da faixa litorânea, onde, ao fundo, diariamente, perfilam-se cargueiros de várias nacionalidades para adentrarem ao porto mais profundo do país.

Da liberdade em utilizar roupas à vontade, com a certeza de que a temperatura (média anual que varia entre 26° e 32°) não incomoda.

Dos conterrâneos simpáticos e com sorriso aberto, mesmo que estejam atravessando e vencendo as vicissitudes da vida.

Dos semblantes alegres dos que se divertem com tudo, estando ou não enfrentando problemas.

Dos deslocamentos em massa no período junino pela ilha, acompanhando os batalhões de bumba meu boi, tambor de crioula, danças portuguesas, quadrilhas e cacuriás nos arraiais.

Ou do período carnavalesco nos "Vivas", na Litorânea, nas passarelas da Madre de Deus e nos clubes; os desfiles e concentrações dos blocos, turmas, rodas de samba, escolas e batucadas.

Do povo católico que pede intercessão aos seus santos protetores em suas festas gloriosas: juninas, setembrinas e outubrinas.

Daqueles que, como todo brasileiro, não relaxam uma boa "briga" por seu time de futebol ou por seu "político" de estimação.

Dos trabalhadores que não veem a hora de chegar o fim de semana ou um feriado para "descansar", comendo caranguejo, tomando uma cerveja ou, quando o dinheiro tá curto, deglutindo mesmo um vinhozinho de preço acessível ou muitas doses de caipirinhas, feitas com a cachaça (patrimônio nacional) e o farto limão.

Dos que vão passear nos diversos shoppings estrategicamente dispostos para "jauzar".

Ou daqueles que ficam em frente aos clubes de reggae, embalando-se com as "pedras", tocando nos paredões aguardando os trinta minutos finais, quando as portas se abrem e permitem que os que ficaram fora entrem e dancem freneticamente no meio dos que ali já estavam e, ao saírem, "suados e felizes”, comentarem que "dançaram pra porra".

Assim é viver na Ilha Upaon-Açu; Ilha dos Índios Tupinambás; Ilha Francesa; Ilha Holandesa; Ilha Portuguesa; Capital dos Azulejos; Ilha dos Casarões; Athenas Brasileira; Ilha dos Pretos; Ilha Maranhense; Ilha Rebelde; Ilha das Praias; Ilha dos Poetas; Ilha das Artes; Capital do Reggae; Ilha Magnética; Ilha do Bumba meu boi; Ilha do Tambor de Crioula; Patrimônio Cultural da Humanidade ou simplesmente SÃO LUÍS DO MARÁ, a única capital brasileira que não nasceu lusitana.

De tantas denominações que demonstram a tua beleza e honra, para os que te amam, tu és, simplesmente, a ILHA DO AMOR.

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