sábado, 24 de maio de 2014

SE NÃO MUDAR, PIOR NÃO FICA!


A execução do Sd PM Francinaldo Costa Pereira do 1º BPM, morto no trailer PM da Vila Nova e o ferimento a bala do Sgt PM Marco Antonio Correa Cutrim do 9º BPM em um trailer PM do Bairro de Fátima, ocorridos neste último dia 09 de novembro, vem cristalinizar a fragilidade em que se encontra a corporação do Brigadeiro Falcão e o Sistema de Segurança Pública do Maranhão.
As ações criminosas demonstraram a ousadia de marginais do crime organizado que detonando suas ordens de dentro do sistema carcerário maranhense, nada ficam a dever aos atos de suas congêneres do sul do país.
As tragédias ocorridas foram prenunciadas há algum tempo, levando em consideração uma série de fatos, demonstrando a incapacidade do Estado do Maranhão em se antecipar em tão delicada temática.
O tão falado “serviço de inteligência” é operativo, mas só após a ocorrência de fatos danosos e nocivos a sociedade e agora pós-morte de integrantes da polícia.
Independente das causas estruturais, alguns problemas de ordem institucional, contribuíram sobremaneira para o agravamento da criminalidade e violência, senão vejamos.
1)    Sem sombra de dúvidas a inferioridade numérica dos policiais militares e civis que decrescem vertiginosamente com as transferências para a reserva remunerada/aposentadoria, licenciamentos voluntários e pedidos de demissão do serviço público (em razão também de vários fatores: oferta de melhores oportunidades de emprego com maiores salários, empregos mais tranquilos com menos exposições para si e para a família, maior reconhecimento, ascensão profissional, etc.), mortes (em serviço e por causas naturais) e outras.
2)    Gestão Administrativa atual, ineficaz e ineficiente, incapaz de atender aos reclamos das associações de classes policiais militares visando à melhoria salarial e melhoria das condições de trabalho:
a) armamento institucional incompatível aos avanços da criminalidade;
b) locais de trabalho com poucas condições – trailers e postos fixos dotados de pouco efetivo, sem o apoio ininterrupto de viaturas – veículos e motocicletas “tais como foram projetados”, com alta temperaturas internas, sem instalações hidrosanitárias adequadas, sem manutenções periódicas, sem limpeza regular;
c) Progressão funcional incompatível com a importância da função social exercida pelos policiais militares;
d) Atendimento médico institucional precário;
e) Orfandade das praças (falta de lideranças e de apoio dos comandantes imediatos);
f) Burocracia arraigada e emperrada no atendimento de direitos legais;
g) Fardamento pago com atraso.
3) Incompatibilidades na apuração de denúncias referentes aos policiais militares, com excesso de rigor para as praças.
4) Silêncio dos órgãos responsáveis pela apuração de denúncias contra gestores.
5) Insatisfação generalizada da tropa policial militar (oficiais e praças) contra a gestão institucional policial militar em função de perseguições, transferências sem critérios justos, descumprimento de ordens judiciais, inobservância de direitos, gerando desmotivação, operações padrão, descrédito na oficialidade, sensação de orfandade, afastamentos do serviço ativo, etc.
 6) Mesmo após dois anos, o Governo do Estado se mantém inerte e insensível ao cumprimento de parte das reivindicações acordadas e propostas pelas Associações de Classes representativas dos oficiais e praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares do Maranhão que finalizou o primeiro movimento paredista da centenária instituição, mesmo após insistentes reuniões intermediadas pela Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, OAB e outras instituições.
É claro que a inversão desta situação administrativa caótica não resolverá de todo o problema, mas, contribuirá decisivamente para que a tropa recupere a alto estima, os valores nobres em que cada policial militar é investido e entusiasmado, passe a fazer o que sempre fez. Cada policial militar se multiplique por três, dando o melhor de si e proporcione respostas à sociedade maranhense.
 
É a minha esperança e a crença no Comandante de todos os Comandantes – JESUS CRISTO, filho de DEUS.
São Luís-MA, 11 de novembro de 2013.
 
Ten Cel QOPM Carlos Augusto Furtado Moreira
Especialista em Gestão Estratégica em Defesa Social, Pós-graduado em Superior de Oficiais e Aperfeiçoamento de Oficiais, Bacharel em Direito e Formação de Oficiais e Licenciado em História.
www.celqopmfurtado.blogspot.comcelqopmfurtado@gmail.com – (98) 8826 4528

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